
Estudos mostram que ter plantas auxilia no bem-estar e setor cresce durante a pandemia (Foto: Divulgação)
Com o isolamento social imposto pela pandemia do coronavírus, aumentou o tempo dentro de casa e, com isso, as pessoas passaram a valorizar mais o lar, com a preocupação em relação ao bem-estar – que, entre outras maneiras, pode ser trazido pelo contato com a natureza por meio das plantas. Por isso, ter um cantinho verde nunca foi tão importante como neste momento.
Esse bem-estar proporcionado pelo verde é corroborado por estudos, como o divulgado pela revista Preventive Medicine Reports, que indica que estar em contato com as plantas ajuda no controle da ansiedade, além dos aromas emitidos pelas flores auxiliarem a ter um sono mais tranquilo e a reduzir o estresse e o cansaço mental.
Outro estudo que reforça os benefícios do verde é o da Universidade Politécnica de Milão em conjunto com a Universidade de Gênova, na Itália, que investigou o bem-estar das pessoas durante a quarentena da Covid-19, para avaliar o impacto do ambiente construído na saúde física e mental. Entre as características das casas das pessoas mais afetadas por sintomas depressivos, estão área inferior a 60 m², pouca iluminação natural e ausência de varandas, terraços e jardins.
Para Luiza Loyola, especialista do WGSN, consultoria em previsão de tendências globais de consumo e design, as plantas continuarão com alta demanda graças a fatores como o desejo de conexão com a natureza durante o período de confinamento e o de adicionar vida aos espaços por meio da vegetação, além dos benefícios de um ar mais limpo. “Especialmente para a geração millennial, as plantas oferecem a sensação de cuidado e de responsabilidade”, indica. Segundo sua análise, essa necessidade deu origem à subcultura dos plant parents e a pandemia solidificou ainda mais tal mentalidade.
Cultivar plantas, portanto, tem virado um hobby para muitas pessoas. Filipe Bender, supervisor do curso de Garden Design, do Centro Europeu, explica que os jardins podem ser feitos em todos os espaços, sejam nas sacadas, em áreas externas ou internas. “Não precisa necessariamente acontecer em casas gigantes, com áreas verdes enormes. O jardim está em interiores também, com paredes verdes, jardins verticais e pequenas hortas“, afirma.

Especialistas prevêm que as plantas continuarão com alta demanda graças a fatores como o desejo de conexão com a natureza durante o período de confinamentoo (Foto: Pexels / Ksenia Chernaya / Creative Commons)
Esse crescimento de interesse se reflete em números do setor de flores, por exemplo, que, apesar ter sido impactado diretamente pela pandemia, com a suspensão de casamentos, aniversários e outros tipos de eventos, está reagindo e dando a volta por cima com criatividade. Olga Jaqueline Los Kassies, produtora de flores no Paraná, conta que, para manter as vendas, decidiu arriscar e colocar o produto com preço de atacado direto para o consumidor, em formato de autoatendimento em alguns estabelecimentos da região, como posto de gasolina e supermercado.
Portanto, com a mudança do foco das vendas, que agora é a decoração residencial, e com as novas formas de comércio, como o delivery e o e-commerce, o setor deve crescer 5% em 2021, segundo o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor).
Com folhagens e flores saindo dos jardins a céu aberto para invadir o interior das casas, tornando-se uma terapia para adultos e crianças, Bender acredita que o garden designer e o paisagista estão tão em alta quanto o setor, tendo em vista que os profissionais atuam na elaboração de projetos aliando a estética com o meio ambiente, com o objetivo de tornar os espaços mais agradáveis. “Com a pandemia, aumentou a preocupação em relação à biofilia, que é a harmonização das plantas com os espaços. Hoje é muito estranho quando vamos a um café ou a um restaurante e não há uma planta”, observa.
A maior parte dos profissionais que atua nesta área realiza o projeto de jardim levando em consideração questões como a escolha da espécie, necessidade de irrigação, privacidade e o risco de plantas que serão colocadas em residências em que existem crianças e pets, por exemplo.
Além disso, um belo jardim traz valorização a um imóvel. “Quando fazemos um jardim em uma casa, seu valor cresce. Hoje, as pessoas querem muito esse item, não é só por senso estético, mas também pela questão emocional”, constata.
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